O mercado deve continuar a repercutir os desenvolvimento de eventos importantes dos últimos dias, como as decisões sobre juros dos Bancos Centrais e as falas do presidente Lula sobre mudanças na política econômica brasileira. Além disso, pesam sobre os ativos nacionais as recentes quedas nos preços das commodities.
Após falas e mensagem do petista ao Congresso Nacional, o dólar apagou os mais de 2% de queda durante o dia e fechou praticamente estável. Novas críticas do presidente contra a independência do Banco Central e a indicação que gostaria que a meta de inflação fosse elevada acabaram retirando o efeito das decisões de política monetária global recentes que apreciavam o real. A moeda norte-americana, que chegou a ser negociada a R$ 4,94 (menor nível desde junho do ano passado), voltou a subir para encerrar o dia praticamente estável.
Os juros futuros se adequaram à nova perspectiva do comunicado do Copom (Comitê de Política Monetária) que indicou a permanência da Selic por mais tempo nos patamares atuais. Com isso, os juros para prazos intermediário apresentaram altas nas taxas, enquanto os de prazo mais longo cederam.
Hoje, o preço das commodities, que pressionou as cotações das exportadoras brasileiras na sessão de quinta-feira, continuam a apresentar queda e indicam mais um pregão difícil para o Ibovespa, principal índice acionário brasileiro.
No exterior, as bolsas devolvem parte dos ganhos de ontem após resultados aquém do esperado divulgados pela Apple, Amazon e Alphabet. Os futuros do S&P 500 operavam em queda de 0,81% e os da Nasdaq apontavam sessão negativa em 1,53%. O EuroStoxx 600, na Europa, também era negociado em baixa (-0,18%).
Na agenda econômica, a divulgação de dados de emprego nos EUA (Payroll) podem mexer com os mercado. A expectativa é de desaceleração na criação de postos de trabalho e uma leve alta na taxa de desemprego, o que pode ser entendido pelo mercado como mais um indício de que o FED (Federal Reserve) vai encerrar o ciclo de alta de juros em breve.
Fonte: o antagonista