O presidente Jair Bolsonaro defendeu nesta sexta-feira (19) a decisão do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Dias Toffoli, que suspendeu investigações que contenham dados compartilhados do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), a pedido de seu filho e senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ).
Na saída de culto evangélico na Igreja Sara Nossa Terra, ele ressaltou que o repasse de dados deve ocorrer mediante decisão judicial e que, uma vez tornados públicos os dados, esses contaminam o processo legal.
“Pelo que sei, pelo o que está na lei, dados repassados, dependendo para quê, devem ter decisão judicial. E o que é mais grave na legislação: os dados uma vez publicizados contaminam o processo”, disse.O ministro atendeu a pedido de Flávio, em uma decisão que paralisou a apuração do Ministério Público do Rio de Janeiro e atingiu outros inquéritos e procedimentos de investigação criminal de todas as instâncias da Justiça.
A determinação tem potencial de afetar desde casos de corrupção e lavagem, como os da Operação Lava Jato, até os de tráfico de drogas.
A investigação sobre Flávio começou com compartilhamento de informações do Coaf -depois disso, a Justiça fluminense autorizou a quebra de sigilo bancário.
As suspeitas tiveram origem na movimentação atípica de R$ 1,2 milhão nas contas de seu ex-assessor Fabrício Queiroz entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017.
A decisão de Toffoli é de segunda-feira (15). A defesa de Flávio alegava que, na prática, seu sigilo já havia sido quebrado antes da decisão judicial, pelo fato de a Promotoria ter obtido dados detalhados do Coaf. (Com informações da Folhapress)