O preço da tonelada de potássio, insumo usado na produção agrícola, triplicou em um ano, impulsionado pelo conflito entre a Ucrânia e a Rússia. Passou de US$ 300 no começo de 2021 para US$ 1.100 nesta semana.
O maior pico havia sido na virada de 2008 para 2009, quando a tonelada era comercializada a US$ 700 –na época, US$ 1 custava em torno de R$ 2,20. A cotação atual é de R$ 4,91 por cada dólar.
Com o nitrogênio e o fósforo, o potássio compõe o NPK, composto muito utilizado em culturas como soja, milho, café, trigo, arroz e cana-de-açúcar.
Marcelo Mello, especialista em fertilizantes da StoneX, disse no fim de fevereiro ao Poder360 que a Rússia foi responsável de 22% das importações de fertilizantes feitas pelo Brasil no último ano. É do país que vem a maior fatia do NPK que chega em solo brasileiro. Ainda há importações de Belarus, outro país envolvido no conflito e, assim como a Rússia, alvo de sanções do Ocidente. Hoje, o país importa 85% do composto.
Segundo Mello, o Brasil já estava em uma situação complicada quanto à importação do potássio mesmo antes da guerra começar.
“Havia uma chance muito grande de desabastecimento de potássio. Mas não era certeza. Agora, se tirar a Rússia, é certeza que vai faltar e não só para o Brasil. Porque Belarus e Rússia, juntas, somam 40% da produção mundial”, falou.
Para diminuir a dependência de outros países, o governo federal publicou em 11 de março decreto que institui o Plano Nacional de Fertilizantes, com metas e diretrizes.
O plano todo tem prazo até 2050, mas a expectativa do Planalto é conseguir diminuir essa dependência do mercado exterior em 10% ainda nos primeiros 5 anos. A princípio, a estratégia nacional para os fertilizantes era para ter sido publicada em dezembro do ano passado, mas foi adiada para março deste ano.
Fonte: Poder 360.