O ministro da Economia, Paulo Guedes, pediu ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para depor na Casa apenas depois de a PGR (Procuradoria Geral da República) arquivar o caso de sua offshore.
O Poder360 revelou, em parceria com o ICIJ (Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos, na sigla em inglês) que Guedes possui uma empresa ativa nas Ilhas Virgens Britânicas. O lugar é um paraíso fiscal. A investigação foi batizada de Pandora Papers.
Os advogados do economista anunciaram no início de outubro que haviam enviado informações à procuradoria. A defesa disse que estava se antecipando a eventuais pedidos da PGR.
Os dados, segundo a defesa do ministro, atestam que ele não administra a offshore desde que se tornou integrante do governo.
Guedes busca evitar a exposição de sua família. A offshore também está nos nomes de sua mulher e de sua filha. Por isso, um arquivamento do caso antes da ida à Câmara reduziria o desconforto do ministro.
O plenário da Câmara aprovou a convocação em 6 de outubro para explicar a existência da empresa no paraíso fiscal. Arthur Lira, porém, ainda não marcou o depoimento.
A convocação força o ministro a ir. Mas a data depende do presidente da Câmara.
O Poder360 apurou que Lira avalia que pode esperar mais cerca de 10 dias. Depois disso, seria inevitável fixar uma data para a fala de Guedes. Lira é aliado do governo de Jair Bolsonaro (sem partido).
O presidente da Câmara busca uma forma de reduzir a confusão política que o depoimento de Guedes pode causar. Seria difícil para o Executivo trocar o ministro nesse momento.
Na 3ª feira (26.out.2021), Lira indicou que marcaria uma data em breve. Mas que, primeiro, era preciso “matar o leão” da PEC dos Precatórios. A proposta, essencial para viabilizar o Auxílio Brasil, ainda enfrenta resistências na Câmara.
Fonte: Poder 360