A popularização dos micro-empréstimos na China deu origem a hábitos de consumo preocupantes. Jovens têm utilizados o meio para comprar desde equipamentos caros até hambúrgueres, parcelando os itens por períodos que chegar a anos. No caso de alguns credores, a garantia exigida para o empréstimo são os chamados nudes, fotos que expõem partes íntimas e podem dar origem a chantagens.
Segundo uma reportagem da Vice, a prática se popularizou em empréstimos online e envolve a ameaça de que, caso o valor não seja pago, as fotos seriam enviadas a familiares e amigos da pessoa devedora. Muitos ainda passam exigir juros e coagem as vítimas a enviar mais imagens.
Em 2016, casos desse tipo resultaram no vazamento de 10 gigabytes de fotos de 161 jovens mulheres. As fotos mostravam as vítimas nuas segurando seus documentos de identificação. A maioria delas tinha de 19 a 23 anos de idade e havia emprestado quantias entre US$ 1 mil e US$ 2 mil (R$ 3,8 mil a R$ 7,7 mil), segundo a Vice.
Uma reportagem do jornal The Guardian, veiculada na época, aponta que as jovens eram estimuladas a enviar as imagens para receber quantias maiores de dinheiro emprestado. O valor podia chegar a ser de duas a cinco vezes maior.
Como forma de evitar os problemas em torno dos micro-empréstimos, a China passou a regular a atuação de firmas que oferecem esse tipo de serviço. Segundo uma reportagem da Reuters, uma das medidas envolve a proibição de que organizações e pessoas não licenciadas realizem empréstimos.
Já as firmas licenciadas passaram a ser proibidas de oferecer empréstimos para pessoas que não tenham fonte de renda, além de induzir que consumidores os solicitem em excesso.
Créditos: Época Negócios.