Guedes sinaliza agenda positiva para vitaminar aliados em 2020 se PEC da Previdência for aprovada

Nas reuniões com deputados da futura base aliada do presidente Jair Bolsonaro, o ministro da Economia, Paulo Guedes, está prometendo aos parlamentares que, se eles aprovarem a reforma da Previdência ainda neste semestre, o clima econômico do país no próximo ano será muito positivo, vitaminando os candidatos governistas na eleição municipal de 2020.

Segundo Guedes, a reforma da Previdência fará o país crescer mais no final deste ano e, principalmente, no próximo, permitindo que ele lance uma agenda positiva com medidas para beneficiar setores da economia, estados e municípios.

Paulo Guedes enfatiza que, neste contexto, os parlamentares que estiverem ao lado do atual governo vão disputar a eleição municipal num clima favorável, aumentando suas chances de eleger mais prefeitos em 2020.

Nas conversas, o ministro diz que, quanto mais robusta for a reforma a ser aprovada, maiores condições ele terá de lançar o Pacto federativo e promover uma reforma tributária. Ações que beneficiam governadores e prefeitos, além de dar mais fôlego ao empresariado para investir.

Já o cenário inverso, tem lembrado o ministro, seria favorável à oposição no ano da eleição municipal, porque, sem a reforma, o país pode até entrar em recessão no ano que vem, dando munição para quem é contra o governo atual.

Para conquistar os votos necessários para aprovar a reforma, Paulo Guedes tem dito que deseja transferir todo o protagonismo para os parlamentares, dando, inclusive, mais poder ao Legislativo.

Nesta quarta-feira (03), o ministro da Economia deve ir à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. O presidente da Casa, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), deve ciceronear Paulo Guedes no parlamento.

O governo, desta vez, promete blindar o ministro. Para garantir um clima melhor na comissão, Paulo Guedes se reuniu com deputados na véspera e prometeu o lançamento de agenda positiva se a reforma for aprovada.

O presidente da Câmara descartou, juntamente com líderes, mudanças no texto da reforma na CCJ, onde a aprovação da admissibilidade da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Previdência é considerada tranquila.

Já na comissão especial a maioria da Câmara dá como fato consumado a retirada das mudanças referentes ao Benefício de Prestação Continuada (BPC), na aposentadoria dos trabalhadores rurais e na desconstitucionalização de temas relacionados à Previdência.

Com essas alterações, a economia ainda fica na casa de R$ 960 bilhões num período de dez anos. O próprio governo, reservadamente, sabe que essa batalha está perdida, mas quer deixar essas concessões para a comissão especial e vai tentar resistir a mudanças que possam beneficiar os servidores públicos.

Entre essas eventuais alterações está a criação de regra de transição para funcionários públicos contratados antes de 2003, como reivindica a categoria e alguns líderes acenam com a possibilidade.

G1

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