Brasil cai em ranking de liberdade de imprensa e entra em “zona vermelha”

Foto: Sérgio Lima/Poder 360

O Brasil caiu 4 posições no Ranking Mundial de Liberdade de Imprensa, publicado anualmente pela ONG Repórteres sem Fronteiras. O país aparece no 111º lugar na edição 2021 da lista, divulgada nesta 3ª feira (20.abr.2021).

Trata-se do 4º ano consecutivo em que o Brasil desce na classificação. Em 2018, estava na 102ª posição. A situação da liberdade de imprensa no país foi classificada como a 8ª pior das Américas, à frente apenas de Cuba, Honduras, Venezuela, México, Colômbia, Nicarágua e Guatemala.

Pela 1ª vez em 20 anos, o país saiu da “zona laranja” e entrou na “zona vermelha” do levantamento, na qual a situação para o trabalho da imprensa é considerada mais difícil.

O relatório analisa que um dos motivos para a limitação à liberdade de imprensa no Brasil é um “cenário de concentração excessiva da propriedade de meios de comunicação, o que prejudica a qualidade do pluralismo e da diversidade do horizonte midiático”.

De acordo com a pesquisa, 73% dos 180 países avaliados apresentam situações consideradas “muito graves”, “difíceis” ou “problemáticas” para a profissão.

Para a ONG, o exercício do jornalismo, está parcialmente ou totalmente limitado em mais de 130 países, num momento em que a crise sanitária acrescenta obstáculos à cobertura do noticiário.

Os 4 primeiros colocados são da Escandinávia. A Noruega aparece em 1º lugar, posição que ocupa desde 2017. A Finlândia está em 2º, seguida de Suécia e Dinamarca.

Os países com a pior classificação são Eritreia (180º), Coreia do Norte (179º), Turcomenistão (178º), China (177º) e Djibuti (176º).

Eis os primeiros 12 países do ranking:

• 1. Noruega

• 2. Finlândia

• 3. Suécia

• 4. Dinamarca

• 5. Costa Rica

• 6. Holanda

• 7. Jamaica

• 8. Nova Zelândia

• 9. Portugal

• 10. Suíça

• 11. Bélgica

• 12. Irlanda

Eis os últimos 12 países do ranking:

• 180. Eritreia

• 181. Coréia do Norte

• 182. Turcomenistão

• 183. China

• 184. Djibouti

• 185. Vietnã

• 186. Irã

• 187. Síria

• 188. Laos

• 189. Cuba

• 190. Arábia Saudita

• 191. Iêmen

Publicada desde 2002, a pesquisa avalia as condições para o exercício do jornalismo. A pontuação dada a cada nação é estabelecida por meio de entrevistas com especialistas de todo o mundo em mais de 20 idiomas.

Segundo a RSF, o Ranking Mundial da Liberdade de Imprensa representa “instrumento de defesa essencial”. Eis os critérios utilizados:

• pluralismo;

• independência das mídias;

• ambiente e autocensura;

• arcabouço legal;

• transparência;

• qualidade da infraestrutura de suporte à produção da informação; e

• violência contra a imprensa.

Fonte: Poder 360