O presidente Jair Bolsonaro receberá na manhã desta terça-feira (12), no Palácio do Planalto, o presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez.
De acordo com o Ministério das Relações Exteriores (MRE), o encontrodebaterá, entre outros assuntos:
construção de pontes ligando os dois paísesacordo automotivo bilateralcombate a crimes transnacionaissituação na Venezuela
A chegada de Benítez a Brasília está prevista para as 9h30. Ele será recebido no Palácio do Planalto às 10h30, onde está previsto encontro privado com Bolsonaro, reunião ampliada com ministros e declaração à imprensa.
Após as discussões no Planalto, a agenda dos presidentes prevê um almoço no Palácio Itamaraty, sede do MRE, às 12h30.
O Brasil é o principal parceiro comercial do Paraguai, segundo o MRE. Em 2018, o intercâmbio comercial alcançou US$ 4,1 bilhões, um aumento de 8,6% em relação a 2017. Já o Paraguai abriga a segunda maior comunidade brasileira no exterior, estimada em cerca de 330 mil pessoas.
O encontro com Abdo faz parte da agenda internacional deste início de mandato de Bolsonaro, que já recebeu o presidente da Argentina, Mauricio Macri, e o autodeclarado presidente da Venezuela, Juan Guaidó.
Bolsonaro também irá aos Estados Unidos para um encontro com o presidente Donald Trump, no dia 19 de março. Chile e Israel deverão ser os destinos internacionais seguintes do presidente brasileiro.
Venezuela
Bolsonaro e Abdo deverão discutir a crise na Venezuela nesta terça. Brasil e Paraguai estão entre os países que não reconhecem o atual mandato de Nicolás Maduro como presidente venezuelano.
Brasil e Paraguai apoiam o líder opositor e autodeclarado presidente interino, Juan Guaidó. Os dois chefes de Estado receberam Guaidó, que realizou um giro pela América do Sul a fim de aumentar a pressão internacional contra Maduro.
O Paraguai já anunciou o rompimento das relações com a Venezuela. No caso brasileiro, a fronteira com a Venezuela, no estado de Roraima, está fechada há quase três semanas por determinação de Maduro.
Brasil e Paraguai integram o Grupo de Lima, criado para pressionar para o restabelecimento da democracia na Venezuela. O grupo é formado por: Brasil, Argentina, Canadá, Colômbia, Costa Rica, Chile, Guatemala, Guiana, Honduras, México, Panamá, Paraguai e Peru.
Itaipu
Bolsonaro e Abdo se encontraram há duas semanas, em Foz do Iguaçu (PR), na cerimônia de posse do novo diretor-geral brasileiro da usina de Itaipu Binacional, o general Joaquim Silva e Luna.
O site da Presidência do Paraguai informou que a renegociação do anexo C do tratado que viabilizou a construção da usina estará entre os temas tratados pelos dois presidentes nesta terça.
Assinado em 1973, o tratado prevê a revisão do “anexo C” em 2023, quando o empréstimo para erguer a obra estará quitado. Este anexo trata da parte financeira do acordo.
O Brasil criou em fevereiro, por meio do Ministério de Minas e Energia, um grupo de trabalho para coordenar os estudos que servirão de base para a revisão do anexo C. Segundo o jornal “O Globo”, o governo brasileiro deseja rever ponto do acordo pelo qual o Paraguai paga menos do que o Brasil pela energia gerada pela usina.
Pontes
Segundo o Itamaraty, o encontro desta terça-feira também tratará da construção de duas novas pontes ligando Brasil e Paraguai – uma entre Foz do Iguaçu (PR) e Presidente Franco, e outra entre Porto Murtinho (MS) e Carmelo Peralta.
A previsão é de que as obras durem cerca de três anos e custem cerca de R$ 70 milhões.
A segunda ponte em Foz tem o objetivo de aliviar o fluxo de cargas sobre a Ponte da Amizade, que liga a cidade brasileira à vizinha Ciudad del Este. A estrutura é a principal ligação entre os países. Um acordo firmado entre os dois governos prevê que obra será custeada pela Itaipu Binacional.
Mario Abdo Benítez
Mario Abdo Benítez, conhecido como Marito, foi eleito e tomou posse como presidente do Paraguai no ano passado. Conservador, filiado ao Partido Colorado, o político de 47 anos de idade sucedeu Horacio Cartes no comando do país.
A família do presidente tem laços com a última ditadura que governo o Paraguai. O pai de Abdo foi secretário privado do ditador Alfredo Stroessner, que governou o país por 35 anos, até fevereiro de 1989.
Abdo formou-se em marketing nos Estados Unidos. Em 1989, passou pelas Forças Armadas de seu país, tornando-se paraquedista militar.
Em 2013, Abdo foi eleito senador e depois presidente do Congresso em 2015, ano que marcou o ponto de virada e o ponto de ruptura de suas relações com Cartes.
G1