Há um mês, a enfermeira Mônica Calazans recebeu a primeira dose da CoronaVac (vacina da farmacêutica Sinovac Life Science em parceria com o Instituto Butantan) dando início ao novíssimo Programa Nacional de Imunização brasileiro. Nesse período, por volta de 5,6 milhões de aplicações foram distribuídas, num ritmo inferior a robusta capacidade do país e da necessidade imposta pela pandemia. A atual logística permite que 250.000 brasileiros recebam agulhadas por dia, de acordo com levantamento em médias móveis do portal Our World in Data, ligado à Universidade de Oxford.
O número é 75% menor do que a capacidade estimada por grandes especialistas brasileiros em imunização. “Para a campanha da gripe, por exemplo, vacinamos 80 milhões de pessoas em três meses. Portanto pensar em 1 milhão de aplicações por dia é bastante razoável, poderia até ser mais”, disse em entrevista recente a VEJA o infectologista e presidente do departamento de imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria, Renato Kfouri.
O ritmo lento está ligado, principalmente, à ausência de doses disponíveis aos brasileiros. De todas as aplicações garantidas em contrato pelo Governo Federal, menos de 10% desembarcaram no país e boa parte ainda não foi distribuída.
O país manteve médias de aplicações por dia entre 246.200 e 251.800 doses desde o final da semana passada até a última quarta-feira, 17. Para se ter uma ideia, os Estados Unidos, em período semelhante, variou entre 811.600 e 913.900 em médias móveis diárias. Se compararmos as médias dos dias exatos em que Brasil e Estados Unidos completaram um mês de vacinação, a diferença é de 72%.
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