Mais de 20 mil pessoas foram prejudicadas por fraudes no pagamento do auxílio emergencial durante a pandemia de Covid-19. A informação foi divulgada pela Polícia Federal (PF), nesta quinta-feira (18), em coletiva sobre a operação de combate a este tipo de crime, que aconteceu pela manhã, e se refere apenas às vítimas deste esquema investigado. Quem teve o benefício roubado deve procurar a Caixa.
Segundo o delegado Cleo Mazzotti, o prejuízo é de cerca de R$ 15 milhões nesta fase da operação.
Cerca de 50 pessoas são investigadas em Minas por participação nas fraudes, sendo 20 na Região Metropolitana. Nesta quinta-feira foram cumpridos 66 mandados de busca e apreensão em 39 cidades do estado e mais sete mandados nos estados da Paraíba, Tocantins e Bahia. Ninguém foi preso.
“As investigações começaram através das denúncias de quem foi receber o valor e percebeu que o dinheiro já havia sido retirado da conta. Através dessas denúncias foi criado um grupo de inteligência para investigar os alvos com o apoio do Ministério da Cidadania, a Caixa Econômica Federal, o Ministério Público Federal (MPF), a Receita Federal (RF), a Controladoria-Geral da União (CGU) e o Tribunal de Contas da União (TCU)”, disse o superintendente regional substituto da PF em Minas, Marcelo Rezende.

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Complexidade na investigação
O delegado Mazzotti falou sobre as dificuldades em chegar aos responsáveis pelas fraudes.
“Quando foi oferecido o benefício, verificamos que 65 milhões de pessoas seriam beneficiadas, com isso as fraudes deveriam ser investigadas. Se cada caso fosse analisado de forma individual não chegaríamos a lugar nenhum”, disse.
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Delegado da Polícia Federal, Cleo Mazzotti — Foto: Danilo Girundi/TV Globo
O delegado também alertou que as investigações são contra pessoas e grupos criminosos que burlavam o sistema e não contra pessoas que receberam de forma indevida.
“É preciso destacar que as investigações são contra essas organizações e não contra aquele indivíduo que preencheu os dados de forma incorreta e recebeu indevidamente. Esses devem procurar a Caixa para devolver o valor e não serem confrontados pela Justiça”, alertou .
O prejuízo aos cofres públicos, segundo Mazzoti, poderia ser maior.
“Com essas operações já conseguimos evitar que mais de três milhões de benefícios fossem entregues de forma indevida. Isso corresponde a R$ 6 bilhões”.
O delegado da PF, Adriano de Freitas, explicou os objetivos dessa fase.
“Neste primeiro momento estamos recolhendo provas qualificadas. As Informações desta quinta-feira serão cruzadas com as informações que já temos para ajudar nas próximas fases da investigação. Estamos em busca de identificar os integrantes dessa organização”.
G1