O salário mínimo de R$ 1.100 anunciado pelo governo federal para o ano de 2021 ficou abaixo da
inflação do ano passado, de acordo com os números divulgados pelo IBGE nesta terça-feira.
O piso foi reajustado tomando como base uma inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de 5,22%. Essa era a previsão do governo para o índice em 2020, no fim do ano passado.
O IBGE calculou, por outro lado, que o INPC fechou o ano em 5,45%. Para não haver perda inflacionária, o valor do salário mínimo teria de ser reajustado para R$ 1.101,95 neste ano – ou R$ 1.102 após o arredondamento.
O INPC mede a inflação de famílias com rendimento mensal de um a cinco salários, cuja pessoa de referência é assalariada. É o índice que reajusta também os benefícios do INSS acima do mínimo.
Como não há política de reajuste para o salário mínimo, ele vem sendo corrigido apenas pela inflação. A Constituição determina que o piso seja tenha “reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo”.
No ano passado, o governo anunciou, inicialmente, um reajuste do salário mínimo de R$ 998 para R$ 1.039. Entretanto, após o resultado da inflação de 2019, o valor foi elevado para R$ 1.045.
O reajuste do salário mínimo tem um impacto direto nas contas públicas. Cada um real a mais no piso nacional representa um aumento de R$ 351 milhões nas despesas federais. A diferença ocorre porque a maior parte das aposentadorias do INSS são atreladas ao mínimo.
Com isso, um reajuste R$ 2 menor que a inflação representa uma economia R$ 700 milhões aos cofres públicos.
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