Pesquisa PoderData indica que 67% da população brasileira “com certeza” tomaria uma vacina contra a covid-19 assim que estivesse disponível. A taxa se manteve estável ante o levantamento realizado cerca de um mês antes, mas caiu em relação ao estudo feito de 6 a 8 de julho –quando 85% queriam o imunizante.
A proporção dos que disseram rejeitar a fórmula é agora de 19%, ante 22% na consulta realizada de 26 a 28 de outubro.
A pesquisa foi realizada pelo PoderData, divisão de estudos estatísticos do Poder360. A divulgação do levantamento é feita em parceria editorial com o Grupo Bandeirantes.
Os dados foram coletados de 23 a 25 de novembro, por meio de ligações para celulares e telefones fixos. Foram 2.500 entrevistas em 479 municípios, nas 27 unidades da Federação. A margem de erro é de 2 pontos percentuais. Saiba mais sobre a metodologia lendo este texto.
Para chegar a 2.500 entrevistas que preencham proporcionalmente (conforme aparecem na sociedade) os grupos por sexo, idade, renda, escolaridade e localização geográfica, o PoderData faz dezenas de milhares de telefonemas. Muitas vezes, mais de 100 mil ligações até que sejam encontrados os entrevistados que representem de forma fiel o conjunto da população.
No Brasil, o presidente Jair Bolsonaro e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), travam um embate. O tucano quer vacinar obrigatoriamente contra covid-19 toda a população do Estado que comanda. O presidente é contra.
A discussão sobre a obrigatoriedade ou não do imunizante será feita, também, no STF (Supremo Tribunal Federal). O ministro Ricardo Lewandowski vai levar diretamente ao plenário 4 ações que discutem o tema e outras medidas profiláticas no combate à pandemia.
HIGHLIGHTS DEMOGRÁFICOS
O estudo destacou, também, os recortes para as respostas à pergunta sobre a percepção dos entrevistados em relação à vacina. Leia abaixo a estratificação por sexo, idade, região, escolaridade e renda. Os números entre parênteses mostram a proporção dentro do grupo.
Quem mais tomaria
- os que têm 60 anos ou mais (75%);
- os com ensino superior (72%);
- moradores da região Norte (82%);
- os que recebem mais de 10 salários mínimos (98%).
Quem mais rejeita
- os que têm até o ensino fundamental (24%);
- os moradores da região Nordeste (24%);
- os que recebem de 5 a 10 salários mínimos (35%).
BOLSONARO X VACINA
O presidente afirmou em outubro que não pretende comprar nenhum imunizante vindo da China. Também disse diversas vezes ser contra a obrigatoriedade. A vacina só deveria ser obrigatória para Faísca, seu cachorro, afirmou.
A opinião do chefe do Executivo parece influenciar na percepção da sua base. Os apoiadores do presidente (“ótimo” + “bom”) são os que mais rejeitam 1 possível imunizante. Nesse grupo, 25% “com certeza não tomariam”. Também nesse mesmo estrato observa-se a menor taxa dos que disseram que “com certeza” irão tomar uma vacina: 53%.
VACINA AINDA NÃO APROVADA NO BRASIL
Ainda não há nenhum imunizante contra a covid-19 aprovado no Brasil. Para ser disponibilizada à população, a fórmula precisa ter o aval da Anvisa.
Várias empresas já apresentaram resultados promissores, e pediram autorizações nos países para o início da vacinação em massa. Algumas nações têm previsão para distribuição da fórmula já em dezembro deste ano.
Na 3ª feira (1º.dez.2020), o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Arnaldo Medeiros, disse que as vacinas contra a covid-19 que serão incluídas no Plano Nacional de Imunização devem “fundamentalmente” ser termoestáveis por longos períodos e permitir armazenagem à temperatura de 2 ºC a 8 ºC, compatível com a capacidade da rede de resfriamento nacional.
Ele não citou especificamente nenhuma vacina. No entanto, o critério estabelecido pelo governo afasta a possibilidade de aquisição da vacina desenvolvida pela farmacêutica Pfizer e pela empresa de biotecnologia alemã BioNTech. O imunizante, batizado de BNT162b2, exige armazenamento a -70ºC.
Poder 360.