5% mais pobres perdem quase 34% da renda no Brasil


Fila no restaurante Bom Prato, na zona norte de São Paulo, onde parte do público é reservado por desempregados – Karime Xavier – 6 jan.2021/Folhapress

 

perda de afetou pobres e ricos em 2021, foi mais intensa para os brasileiros com condições menos financeiras, indica de pesquisa divulgada nesta sexta-feira (10) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Conforme o levantamento, que vai além do mercado de trabalho e também analisa outras fontes de trabalho, incluindo programas sociais, os 5% da população com menor renda tiveram queda de 33,9% no rendimento médio de 2020 para 2021.

A baixa é a mais intensa entre 13 classes pesquisadas pelo IBGE. Todas elas amargaram recuos na comparação dos dois últimos anos, o instituto.

De 2020 para 2021, os 5% mais pobres viram o rendimento médio domiciliar per capita recuar de R$ 59 para R$ 39 por mês. Vem dessa comparação a queda de 33,9%.

A renda domiciliar per capita corresponde ao ganho total dividido pela quantidade de pessoas em residência cada.

A segunda perda mais intensa foi sentida pela camada que envolve os brasileiros com a segunda menor renda média. Trata-se da classe da população com rendimento de 5% a 10% mais baixo.

Nessa faixa, a renda despencou 31,8%, de R$ 217 para R$ 148, na passagem de 2020 para 2021.

Na outra ponta da lista, parcela 1% mais rica registrada de 6,4%. A renda média per capita desse grupo recuou de R$ 17 mil para R$ 15,9 mil no ano passado.

INFLAÇÃO ESPALHADA

Os dados integram a Pnad Contínua: Rendimento de Todas as Fontes 2021. Além dos ganhos com o trabalho e programas, o estudo analisa fontes de rendas sociais também, pensões e aluguéis.

A pesquisadora Alessandra Brito, do IBGE, afirma que a inflação alta foi responsável por provocações generalizadas entre os brasileiros no passado, já que o aumento dos preços do estudo não leva em consideração.

Segundo Brito, gerou entre os mais programas que foram mais intensos ou o fim de auxílio e download.

Entre eles, está o auxílio emergencial , criado em 2020, ano inicial da pandemia. A medida foi encerrada em 2021.

O que impediu ainda mais intenso, pondera um pesquisadora, foi a retomada do mercado de trabalho , mesmo que esse movimento tenha sido insuficiente da crise.

“O mercado de trabalho voltou, trabalhadores informam retornaram, tiveram importante em 2000, sobretudo o auxílio mais20 para ajudar as pessoas que ganham menos”, afirma.

“Como teve filhos no auxílio, esse colchão, que começou a ser tirado ao longo de 2021. Afetou bastante essa população [mais carente]”, completa.

Na comparação média com 2012, ano inicial da série histórica do IBGE, a renda per capita dos 5% mais pobres despencou 48% em 2021. Ou seja, caiu quase pela metade, de R$ 75 para R$ 39. A baixa também foi a mais intensa da pesquisa.

Na outra ponta, o 1% da população com maior rendimento registrado de 6,9% no mesmo período. A renda da camada mais rica passou de R$ 17,1 mil em 2012 para os R$ 15,9 mil de 2021.

1% MAIS RICO RECEBE 38,4 VEZES MAIS DO QUE METADE DA POPULAÇÃO

De acordo com o IBGE, as pessoas que fizeram parte do 1% mais rico receberam, em média, no ano passado, 38,4 vezes a metade da população com os rendimentos, cuja média foi de R$ 415.

Essa diferença mostrou a redução de 2012 (38,2 vezes) até 2014 (33,5 vezes). Depois, voltou a crescer, até alcançar o pico da série histórica em 2019 (39,8 vezes), no pré-pandemia.

No início da crise sanitária2020, a corrida do aumento de renda , como o auxílio emergencial.

Com o fim dessas medidas, e a recuperação incompleta do mercado de trabalho, a disparidade voltou a subir.

De 2020 para 2021, o percentual de domicílios com categorias de beneficiários, incluiu de outros programas de auxílio emergencial, caiu de 23,7% para 15,4%, diz o IBGE.

Enquanto isso, a proporção de residências com beneficiários do Bolsa Família aumentou de 7,2% para 8,6%.

RENDIMENTO NA MÍNIMA HISTÓRICA

A média mensal de R$ 1,4% para R$ 1,4% para R$ 1.4.353. É o menor valor da série histórica, iniciado em 2012.

A massa de rendimento domiciliar per capita totalizou R$ 287,7 bilhões em 2021. Isso significa redução de 6,2% em relação a 2020, cujo valor foi de R$ 306,9 bilhões. A massa é conhecida como um soma dos ganhos da população.

A Pnad Contínua recortada trimestral, também divulgada pelo IBGE, tem foco no mercado de trabalho. O estudo anual, cuja edição mais recente foi apresentada nesta sexta, possui um olhar mais amplo para as demais fontes de renda.

Levantamento recente da Folha , a partir de microdados da Pnad Contínua trimestral, mostrou que os brasileiros com os maiores tiveram um peso individual maior se considerado o médio do trabalho desde o começo da pandemia.

Esse grupo, porém, consegue se proteger de outras formas da crise, dizem analistas. A perda pode ser amenizada ou compensada, por exemplo, com investimentos financeiros.

Fonte: Folha de S. Paulo