28º dia de guerra tem Biden na Europa e expectativa de sanções

 

O conflito entre a Rússia e a Ucrânia chega ao 28º dia nesta 4ª feira (23.mar.2022). O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, viaja para Bruxelas em visita que, além de simbólica, demonstra a unidade do Ocidente, servirá para a realização de reuniões da cúpula da Otan(Organização do Tratado do Atlântico Norte), do Conselho Europeu e do G7. Espera-se que sejam anunciadas novas sanções contra a Rússia.

O líder norte-americano chegará à capital da Bélgica e sede da UE (União Europeia) na noite desta 4ª feira. Na 5ª (24.mar), quando a guerra na Ucrânia completa 1 mês, Biden participará da reunião da Otan.

No momento, o grupo enfrenta divergências. Enquanto alguns querem fornecer armas para a defesa da Ucrânia, atendendo aos apelos do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, outros temem a escalada do conflito.

Além da reunião da Otan, Biden participará de um encontro do G7 e outro com os chefes de Estado da UE. Na sequência, viajará para a Polônia, onde se reunirá com o presidente Andrzej Duda, no sábado (26.mar).

A Polônia faz fronteira com a Ucrânia e é o país que mais recebeu refugiados da guerra. Segundo a agência de refugiados da ONU (Organização das Nações Unidas), até 15 de março, cerca de 1,8 milhão de fugitivos do conflito estavam na Polônia. Espera-se que Biden ofereça ajuda ao país.

NOVAS SANÇÕES

O conselheiro de segurança da Casa Branca, Jake Sullivan, disse em entrevista a jornalistas que novas sanções econômicas serão impostas para fragilizar ainda mais a economia da Rússia.

Sullivan não especificou quais medidas serão adotadas. Ele falou que os EUA “se concentrarão não apenas em adicionar novas sanções, mas em garantir que haja um esforço conjunto para agir contra a evasão de sanções”.

Os países da Otan querem que a China não ajude a Rússia, seja na economia ou com o envio de armas.

Pequim não condenou a invasão da Rússia à Ucrânia, o que tem sido criticado por muito países. Diante de pressões internacionais, autoridades chinesas têm defendido publicamente que as nações tenham o direito de decidir sobre as suas políticas externas de forma independente, sem precisarem “escolher um lado”. Em contrapartida, o país asiático enviou ¥15 milhões (cerca de R$ 11,5 milhões) à Ucrânia para ajuda humanitária.

INVENCÍVEL

O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse em entrevista a jornalistas na 4ª feira (22.mar) que a guerra na Ucrânia não pode ser vencida. Para ele, a única solução possível será na diplomacia. “Esta guerra é invencível. Cedo ou mais tarde, terá que passar do campo de batalha para a mesa de negociação da paz. Isso é inevitável”, falou.

As perguntas são: quantas vidas mais devem ser perdidas? Quantas bombas mais devem cair? Quantos Mariupols devem ser destruídas? Quantos ucranianos e russos serão mortos antes que todos percebam que essa guerra não tem vencedores –apenas perdedores? Quantas pessoas mais terão que morrer na Ucrânia, e quantas pessoas ao redor do mundo terão que enfrentar a fome para que isso pare?”, acrescentou Guterres.

PAPA NA UCRÂNIA

Em um vídeo publicado na madrugada (horário local) desta 4ª feira (23.mar), Zelensky disse que falou com o Papa Francisco, a quem convidou para uma visita à Ucrânia. “Convidei-o a visitar nosso país neste momento crucial. Acredito que seremos capazes de organizar essa importante visita, que apoiará inequivocamente cada um de nós, cada um dos ucranianos.

O presidente da Ucrânia também falou sobre a situação em Mariupol e as tentativas fracassadas de criar corredores humanitários. Segundo Zelensky, há “centenas de milhares de pessoas em condição desumana” em Mariupol. Elas estão “sem comida, sem água, sem remédios. E sob bombardeio constante”.

De acordo com a autoridade ucraniana, apesar das dificuldades, 7.026 residentes do município foram resgatados na 3ª feira (22.mar). Mariupol, no sudeste da Ucrânia, é uma cidade portuária que está sitiada há semanas. É considerada um ponto estratégico do país, pois tem saída para o mar.

O presidente da Ucrânia anunciou a criação de um site para envio de ajuda humanitária ao seu país. Por fim, disse que as delegações ucraniana e russa estão trabalhando virtualmente para um acordo de paz: “É muito difícil. Às vezes escandaloso. Mas passo a passo estamos avançando”.

Fonte: Poder 360.