Solidão, presença indesejável

Padre João Medeiros Filho

A solidão, ausência de companhia e interlocução, marcada pelo isolamento, é algo doloroso. Existe o risco de levar alguém à depressão e morte. Faz-nos pensar na música de Vinícius de Moraes e Toquinho “Um homem chamado Alfredo”. Este contava tão somente com a companhia de um papagaio e um gato de estimação. Desistiu de viver, inalando gás de cozinha. Dizia-se cansado da vida, por não ter ninguém com quem falar, alguém para amar, uma mão para apertar. Entediou-se com sua invisibilidade e existência que não atraía ninguém. A solidão é um dos grandes males testemunhados nos dias de hoje. Pode acontecer em um pequeno quarto ou sentida em meio às multidões que passam e não veem, escutam e nem se dão conta de que ali há um semelhante com sentimentos, sonhos e desejos. “É solitário andar por entre a gente”, desabafava Camões num soneto.
Os seres humanos são relacionais, necessitando da presença e interação de outrem para viver. O isolamento acaba destruindo uma pessoa, prematura ou repentinamente. O governo britânico criou o Ministério da Solidão, ao constatar que o Reino Unido invertia a corrida mundial pela longevidade, apresentando índices de mortalidade precoce em seus cidadãos. Tornou-se para os ingleses problema de saúde e política pública. Carecia de um órgão para cuidar dessa nova situação humana. Suas maiores vítimas são os idosos. Há cidadãos que já não contam mais no mapa da produtividade, contribuição social e beleza. Têm suas atividades físicas limitadas. Segundo os versos de Vinicius, “andam com os olhos no chão, pedindo perdão por existir e incomodar.” São impotentes, não tendo a quem pedir socorro, quando se aproximam do abismo da depressão. Esse grupo avoluma-se nas aglomerações modernas. A longevidade aumenta e não se morre mais no apogeu da existência ou na flor da idade. Nestes casos, a partida era sentida e pranteada. Na velhice, o óbito poderá deixar um alívio para alguns.
Os solitários de hoje são majoritariamente os idosos, órfãos de filhos vivos, esquecidos pela família. Não raro, os descendentes e familiares moram longe, acarretando dificuldade financeira e de deslocamento para visitá-los. Ou, porque atrapalham a ânsia de lazer e consumo que predomina na nas gerações atuais. Quem vai querer um velho incomodando um fim de semana de festas, comemorações e programas? E o idoso fica em casa, geralmente pequena e sem muitos recursos. Onde estão os amigos do ancião? Muitos, doentes; vários já partiram. E os recursos para passeios e diversão? As aposentadorias são parcas, mal dão para comprar comida e remédios. Os filhos ajudam? Provavelmente. Nem sempre com o suficiente. Há outras prioridades, como levar as crianças a Disney, esquiar na Europa, divertir-se em casas de campo ou de praia, bem como frequentar restaurantes badalados. E assim, o final de muitos idosos é marcado de Alzheimer, confinamento em algum asilo, tristeza com a presença domiciliar de um cuidador impaciente ou improvisado.
A solidão cresce com a diminuição das energias, o desaparecimento dos círculos de amizade. Em muitas cidades brasileiras há ainda o agravante da violência e insegurança, impedindo o hábito de um contato assíduo. Os vizinhos cuidam cada um de sua casa, vida, família etc. Alguns solitários se apegam a animais. Alfredo tinha um louro e um bichano que estimava. Quando morre o companheiro de bico ou quatro patas, a dor é equivalente à perda de um parente. O idoso sente-se descartado por uma sociedade, que não previu um lugar para ele, por uma família que progressivamente o abandona e esquece. É necessário tornar-se mais humano, aprendendo a povoar a vida do semelhante. Cristo prometeu aos apóstolos: “Não vos deixarei sozinhos” (Jo 14, 15). E acrescentou: “Estarei convosco todos os dias” (Mt 28, 20). O cristianismo é comunhão, pois é trinitário. Solitários não, e sim solidários somos chamados a ser! Isso implica em estar atento ao outro, à sua tristeza e dor, a seus anseios e alegrias. Na solidão, o ser humano mergulha dentro de si mesmo numa autodefesa contra o isolamento a seu redor. Toma consciência de sua pouca importância no mundo externo. Mas, Deus assegura-nos sua permanência a nosso lado: “Não temas, porque eu estou contigo” (Is 41,10).

Prefeitura de Parnamirim inicia ensaios gerais para o espetáculo cultural de fim de ano

Prefeitura de Parnamirim inicia ensaios gerais para o espetáculo cultural de fim de ano
Foto: ASCOM PMP

A Prefeitura de Parnamirim deu início, nesta segunda-feira (9), aos ensaios gerais para o tradicional espetáculo de fim de ano, que terá como tema “Nísia Floresta Brasileiras Augustas” e será apresentado nos dias 13 e 14 de dezembro, no bairro Cohabinal.

Este ano, o evento contará com a participação de aproximadamente 600 alunos das oficinas de canto, dança e teatro oferecidas pela Secretaria Municipal de Cultura (SEMUC), que são realizadas em 10 bairros da cidade. O elenco é diversificado, composto principalmente por crianças, adolescentes e jovens, mas também inclui adultos e idosos.

Participarão do espetáculo os alunos das oficinas de teatro, do Coral da SEMUC, do grupo de Percussão Afro e de diversas modalidades de dança, como Hip-hop, Capoeira, Ballet, K-pop, Jazz e Danças MIX, Contemporânea e Popular. Além disso, os pais dos alunos estão envolvidos na produção do cenário, que será confeccionado com materiais recicláveis.

Nísia Floresta Brasileiras Augustas

Como nas edições anteriores, o espetáculo aborda temas de relevância social e cultural, incentivando a reflexão e o aprendizado. O tema deste ano é inspirado na obra da escritora, educadora e poetisa potiguar Nísia Floresta, reconhecida como pioneira do feminismo no Brasil. Nísia também se destacou por denunciar as injustiças contra escravizados e indígenas no país.

ASCOM PMP

Deolane tem prisão domiciliar revogada após descumprir medidas cautelares e volta para presídio no Recife

Deolane Bezerra no Fórum do Recife — Foto: Reprodução/WhatsApp
Foto: Reprodução/WhatsApp

Após ser liberada, na segunda (9), com tornozeleira eletrônica, influenciadora falou na frente do presídio com a imprensa e postou foto em rede social, contrariando decisão judicial.

A Justiça revogou a prisão domiciliar da influenciadora digital e advogada Deolane Bezerra. A influenciadora chegou às 13h ao Fórum Rodolfo Aureliano, no Recife, inicialmente para assinar os termos da prisão e foi informada da revogação.

Segundo informações apuradas pela TV Globo, a justificativa foi o fato de Deolane ter descumprido duas das medidas cautelares impostas pelo judiciário. Pelas regras determinadas pelo TJPE, a influenciadora não podia se manifestar por meio de redes sociais, imprensa e outros meios de comunicação.

Dessa forma, Deolane Bezerra segue para fazer exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML), no bairro de Santo Amaro. Inicialmente, a Polícia Civil de Pernambuco informou a influenciadora seguiria para a Colônia Penal Feminina de Buíque, no Agreste do Estado.

Deolane, estava detida, até a última segunda-feira (9), na Colônia Penal Feminina do Recife, no bairro da Iputinga, na Zona Oeste da capital, de onde saiu monitorada com tornozeleira eletrônica.

No presídio, a mãe de Deolane, Solange Bezerra, permanece presa, após ter o pedido de habeas corpus negado.

Além de não poder se pronunciar publicamente, a influenciadora também foi proibida de ter contato com os demais investigados e deveria permanecer em casa todos os dias da semana, incluindo os fins de semana.

A revogação da prisão domiciliar foi comunicada a Deolane, no início da tarde, na12ª Vara Criminal.

Segundo informações apuradas pelo g1, Deolane havia sido beneficiada pelo artigo 318A do Código de Processo Penal e por um habeas corpus coletivo concedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), de 2018, que substitui a prisão preventiva por domiciliar para gestantes, lactantes e mães de crianças de até 12 anos ou de pessoas com deficiência. A empresária é mãe de uma menina de 8 anos.

Além dela, foram beneficiadas com o direito, Maria Eduarda Filizola, esposa de Darwin Henrique da Silva Filho, dono da Esportes da Sorte, e Marcela Tavares Henrique da Silva Campos, irmã de Darwin e sócia dele numa das empresas investigadas.

O descumprimento da decisão judicial por Deolane Bezerra aconteceu logo após ela deixar a Colônia Penal Feminina. Cercada por jornalistas e por pessoas que a aguardavam do lado de fora, a influenciadora falou que considerava a prisão “criminosa”.

“Foi uma prisão criminosa, cheia de abuso de autoridade por parte do delegado. […] Eu não posso falar sobre o processo. Eu fui calada”. Após a declaração, ela foi carregada nos braços até o carro, por pessoas que esperavam sua saída da prisão.

Pouco tempo depois do pronunciamento, a conta da advogada no Instagram publicou uma foto dela, na qual aparece com uma espécie de fita na boca, formando um “X” no centro, com a legenda “Carta aberta…”.

G1

Tremor de terra de 1.7 é registrado em Riachuelo (RN)

Foto: Divulgação/LabSis/UFRN

Um tremor de terra de magnitude 1.7 mR foi registrado nesta terça-feira (10) na cidade de Riachuelo, no interior do Rio Grande do Norte. Segundo o Laboratório Sismológico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (LabSis/UFRN), o fenômeno ocorreu às 00h59 UTC (21h59 do dia anterior no horário de Brasília).

Moradores da região relataram ter sentido o tremor, observando janelas e portas balançando, além de ouvir um estrondo contínuo. Apesar do susto, não há registros de danos materiais ou vítimas até o momento.

O último tremor registrado no estado foi em 6 de agosto, no município de Parelhas, às 19h40 UTC, com magnitude de 2.0 mR.

O Laboratório Sismológico da UFRN continua monitorando constantemente as atividades sísmicas no Nordeste do Brasil e informando a população sobre os eventos registrados.

Ponta Negra News

Ex-diretor de escola é preso suspeito de estuprar alunas menores de idade no RN

Foto: Reprodução/PCRN

Policiais civis da 23ª Delegacia de Polícia de Extremoz cumpriram, nessa segunda-feira (9), um mandado de prisão preventiva contra um homem de 54 anos, pela suspeita da prática do crime de estupro de vulnerável, no município de Maxaranguape, Litoral Nordeste potiguar. De acordo com as investigações, o suspeito era diretor de uma escola local e teria praticado o crime de estupro contra duas alunas menores de idade.

Durante as diligências, o suspeito foi localizado e preso. Além da prisão, foi expedido um mandado de busca e apreensão, cumprido na residência do suspeito. O caso seguirá em investigação pela Polícia Civil.

A reportagem da Tribuna do Norte questionou a Polícia Civil se o suspeito ainda estava na escola. A corporação informou que ele não atuava mais no colégio no momento da prisão.

O homem foi conduzido até a delegacia para os procedimentos legais e, em seguida, encaminhado ao sistema prisional, onde permanecerá à disposição da Justiça.

Tribuna do Norte

Lotofácil da Independência: 86 apostas dividem prêmio de R$ 206 milhões

Foto: Reprodução

Cada ganhador levou para casa uma fatia de cerca de R$ 2,3 milhões.

Um grupo de 86 apostadores de 18 estados acertaram os 15 números do concurso 3190 da Lotofácil, a Lotofácil da Independência, que aconteceu na última segunda-feira (9). Cada um embolsará cerca de R$ 2,3 milhões.

Os números sorteados foram: 9-18-05-15-25-03-22-12-16-04-21-06-10-23-13.

Além disso, 12.294 apostas acertaram 14 números, garantindo uma premiação de pouco mais de R$ 1.350 para cada. Outras 360.015 apostas acertaram 13 números e levarão R$ 30 cada.

Para o próximo concurso, nesta terça-feira (10), a estimativa é de um prêmio de R$ 1,7 milhão.

As apostas para o próximo sorteio podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília) de hoje, nas casas lotéricas credenciadas pela Caixa, em todo o país ou pela internet. O jogo simples, com 15 números marcados, custa R$ 3.

Como funciona a aposta?

O apostador marca entre 15 e 20 números, dentre os 25 disponíveis no bilhete, e fatura se acertar 11, 12, 13, 14 ou 15 números.

O valor de um jogo simples custa a partir de R$ 3, e os sorteios ocorrem de segunda a sábado. Esta é a 13ª edição do concurso especial da Lotofácil. Ano passado, 65 apostadores acertaram o prêmio principal e cada um recebeu R$ 2.955.552,77.

Infomoney

‘Faz o L’: Léo Santana nega disputa política em processo para registro de bordão

Léo Santana à esquerda e o presidente Lula à direita, ambos 'fazendo o L' — Foto: Reprodução/Redes Sociais | Ricardo Stuckert/PR
Foto: Reprodução/Redes Sociais | Ricardo Stuckert/PR

Cantor tenta obter direitos sobre a marca, também usada politicamente na campanha do presidente Lula (PT), em 2022.

O cantor Léo Santana confirmou que tenta obter os direitos de marca sobre o bordão “Faz o L”. Mas, de acordo com ele, não há qualquer intenção de cobrar pelo uso feito por terceiros.

Utilizada há mais de uma década pelo artista, a expressão também tem viés político. Na eleição presidencial de 2022, por exemplo, a campanha e apoiadores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) repetiam o bordão para indicar a opção de voto.

Léo Santana, no entanto, destaca que sua música, shows e bordões “não têm qualquer vínculo com partidos ou órgãos políticos”.

“Eles têm como único objetivo levar alegria ao público. O ‘Faz o L’ já foi utilizado pelo presidente Lula durante sua campanha e continua sendo usado. Além disso, em meus shows, eu costumo pedir ao público que ‘Faça o L’ se gostou do momento. Seria absurdo pensar que eu teria qualquer intenção de processar ou cobrar alguém, especialmente o presidente do nosso país”.

Em posicionamento divulgado à imprensa, a assessoria do cantor disse que ele e a Salvador Produções, empresa responsável pela gestão da carreira de Léo, solicitou o registro de marca ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) em abril de 2023. O processo ainda está em curso.

A equipe do artista defende que foi ele o criador da expressão. Léo passou a usar o termo em 2011 durante o lançamento da música “Madeira de Lei”, quando ele ainda era vocalista da banda Parangolé.

Expressão igual, gesto diferente

O uso político do termo não é completamente igual. Enquanto Léo Santana “faz o L” usando os dedos polegar, indicador e médio, a referência gestual ao L de Lula é feita apenas com os dedos indicador e polegar [confira a diferença na imagem que abre o texto].

G1